25 de mar. de 2011

Galáxia abrigaria até 2 bilhões de "Terras", diz pesquisa

Folha de S. Paulo - 23/03/2011



Estudo feito por pesquisadores da Nasa indica que elas podem estar dentro da zona habitável das estrelas

Efe/ESO/L. Calñada
Ilustração de Corot-7b, o primeiro planeta rochoso encontrado fora do Sistema Solar, achado por sonda europeira

Concepção artística do Corot-7b, primeiro planeta rochoso encontrado fora do Sistema Solar,
achado por sonda europeia


DE SÃO PAULO

Apenas na nossa galáxia, a Via Láctea, podem existir até 2 bilhões de planetas de tamanho semelhante ao da Terra. E isso é apenas a ponta do iceberg estelar. Cientistas estimam que existam mais de 50 bilhões de outras galáxias no Universo.

Os primeiros dados do telescópio Kepler, divulgados em fevereiro, mas reunidos agora em um novo estudo de pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia, sugerem que entre 1,4% e 2,7% das estrelas parecidas com o Sol possam ter planetas com tamanho entre 0,8 e 2 vezes o da Terra.

A maioria deve estar na chamada zona habitável - a distância da estrela que permite a presença de água líquida, considerada condição essencial à vida. Um detalhe que animou os cientistas.

"Com um número assim tão grande [de planetas com tamanho parecido com o da Terra], há uma boa chance de existir vida, talvez até inteligente, em alguns deles", disse ao site Space.com o astrônomo da Nasa José Catanzarite, um dos responsáveis pela pesquisa.


DISTANTES

Ainda assim, nas cem estrelas semelhantes ao Sol mais próximas da Terra (a até umas poucas dezenas de anos-luz daqui), deve haver apenas duas com planetas do tamanho do nosso.

Mas, segundo os autores do trabalho publicado no "Astrophysical Journal", a quantidade de "gêmeas" nas redondezas pode aumentar. Catanzarite notou que outro tipo de estrela -as gigantes vermelhas- também pode abrigar planetas desse tipo.

Nesses astros, que são mais antigos e já esgotaram o suprimento de gás hélio, a detecção é mais complexa. Os cientistas pretendem localizar os planetas pela força gravitacional que eles exercem, e não por alterações no brilho da estrela, como no telescópio Kepler.

Como estrelas desse tipo são bem mais comuns do que as do tipo do Sol, é muito provável que possam existir ainda mais "Terras" por aí.

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