31 de out. de 2011

Vizinho negligenciado

Revista Pesquisa Fapesp
ESTRATÉGIAS
Edição Impressa 188 - Outubro 2011

© NASA
Vulcão em Vênus detectado pela sonda Magalhães

Próximo da Terra e cenário de processos atmosféricos familiares aos do nosso planeta, Vênus parece ser um destino tentador para sondas planetárias. Por isso, um grupo de cientistas da Nasa está frustrado com a relutância da agência espacial norte-americana em enviar novas missões ao planeta – a última aconteceu em 1990, quando a sonda Magalhães mapeou a superfície de Vênus. Neste ano, sete missões propostas foram rejeitadas. “Estamos consternados”, diz David Grinspoon, astrobiólogo curador do Museu Denver da Natureza e Ciência, no Colorado, que fez uma das propostas.

A Nasa argumenta que a qualidade das propostas não era boa. Mas algumas razões para negligenciar o planeta são evidentes: nuvens espessas de ácido sulfúrico fazem da coleta de dados um desafio para as sondas e, ao contrário de Marte, Vênus não seria um destino potencial para os astronautas. Grinspoon queixa-se de um círculo vicioso. Sem missões fornecendo dados para análise, o financiamento para pesquisa sobre Vênus diminuiu, levando menos estudantes a entrar nesse campo e limitando a um pequeno círculo a pressão para realizar novas viagens. “Nossa comunidade está minguando”, disse à revista Nature.



Satélite alemão caiu na Baía de Bengala

Redação do Site Inovação Tecnológica

Caiu e ninguém viu

Segundo a agência espacial alemã (DLR), o telescópio espacial Rosatcaiu no mar, em algum ponto da Baía de Bengala.

Havia uma preocupação quanto a danos eventualmente causados na queda porque, ao contrário dosatélite norte-americano UARS, o Rosat deve ter sobrevivido em grande parte às altas temperaturas da reentrada.

"Mas, 48 horas após a reentrada, nós ainda não tivemos nenhum relato de danos. Acreditamos que ele caiu inteiramente sobre a água," disse Andreas Schutz, porta-voz da agência.

Na verdade, não houve até o momento nenhum relato de visualização da queda, sobretudo porque ela deve ter ocorrido durante o dia no horário local.

O local foi determinado a partir do último rastreamento do satélite por uma estação terrestre.

Só bombas

Os dois eventos recentes de queda de lixo espacial - com elevada probabilidade de causar vítimas no solo - estão gerando uma preocupação maior no público devido à incapacidade das agências espaciais de sequer saberem onde o artefato caiu.

Isto mostra o quanto estamos distantes de qualquer sistema de alerta prévio.

Sabe-se que os Estados Unidos possuem um sistema de rastreamento a laser de artefatos espaciais, construído para monitorar mísseis lançados contra seu território.

Mas, aparentemente, esta tecnologia ainda não foi disponibilizada para uso em tempos de paz.

Com a aproximação do fim da vida útil de uma série de satélites artificiais lançados nas décadas de 1980 e 1990, especialistas calculam que esses eventos de reentrada de grandes lixos espaciais deverão se repetir pelo menos uma vez a cada ano.

ROSAT

O ROSAT (ROentgen SATellite) foi lançado em 1990 e atingiu o fim da vida útil em 1999.
Como o telescópio foi construído para observar raios X no espaço, seus espelhos tiveram que ser fortemente blindados contra o calor, que poderia atrapalhar suas sensíveis observações.
Graças a essa blindagem, é praticamente certo que seus espelhos e praticamente toda a sua estrutura tenham sobrevivido à reentrada.




Nasa simula asteroide no fundo do mar

Folha de S.Paulo


Astronautas passarão duas semanas a quase 20 m de profundidade ensaiando procedimentos espaciais.

Como pequenos astros têm força gravitacional quase desprezível, água é ambiente ideal para treinar viagem a eles.


Nasa/Divulgação

Astronautas treinam para futuras missões usando laboratório submarino em alto mar

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

A Nasa ainda está, por tempo indeterminado, sem ter suas próprias missões espaciais tripuladas. Mas isso não significa vida boa para os astronautas. Para testar as condições de exploração de um asteroide, a agência espacial mandou um time deles para o fundo do mar por 13 dias.

Desde o fim da semana passada, eles estão a 19 metros de profundidade no único laboratório subaquático de grande porte no mundo, o Aquarius, em Key Largo, na costa da Flórida (EUA).

Embora ir ao espaço não seja mais nenhuma novidade para os astronautas, a exploração de um asteroide (um dos principais objetivos da mais recente política de missões tripuladas da Nasa) impõe uma série de desafios.

Diferentemente da Lua, ou mesmo de uma futura visita a Marte, a gravidade seria praticamente inexistente. Ou seja, para se manter e se deslocar pelo astro, será preciso "amarrar" astronautas e equipamentos à sua superfície com ganchos e cordas. Como o deslocamento na água é o que mais se aproxima daquele feito em microgravidade, a Nasa mandou sua equipe para um "intensivão" nas profundezas.

As caminhadas espaciais, diferentemente do que possa parecer, não são um passeio flutuante no espaço. Grosso modo, é como se os astronautas estivessem dentro de um balão inflado com ar. Sendo assim, seus movimentos são bem mais difíceis e exigem muito mais esforço físico do que aqui embaixo, na Terra. Além de testar a "ancoragem" e a movimentação no asteroide, a missão também pesquisa as melhores formas de coletar material.

REPETECO

Esta não é a primeira vez que a Nasa usa as instalações do laboratório Aquarius ensaiar suas operações espaciais. A missão atual é a 15ª do projeto Neemo, um trocadilho com o capitão Nemo, do livro de ficção científica "Vinte Mil Léguas Submarinas". O nome Neemo é a sigla, em inglês, para Missão de Operações em Ambientes Extremos da Nasa.

"A Neemo 15 vai requerer um coreografia complexa entre os submarinos e os aquanautas vivendo e trabalhando em sua casa subaquática", disse Bill Todd, que gerencia o projeto da Nasa.

No comando da equipe está a veterana astronauta Shannon Walker. "Novatos" formados pela Nasa em 2009, Takuya Onishi, da Jaxa (agência espacial japonesa) e David Saint-Jacques, da agência espacial canadense, também estão na missão. Eles passarão pelo menos três horas por dia em atividades de mergulho fora do laboratório.

Os também astronautas da Nasa Stan Love, Richard Arnold e Mike Gernhardt participam como pilotos do DeepWorker, um pequeno submarino que funciona simulando o veículo que, futuramente, explorará a superfície do asteroide.

Os cientistas Steven Squyres, da Universidade Cornell, e James Talacek e Nate Bender, da Universidade da Carolina do Norte, completam o time. Squyres já integrou missões em Marte.

Além de fazer ampla divulgação da missão, a Nasa tem transmissões on-line ao vivo das atividades.

"Os desafios de explorar a superfície de um asteroide, em um ambiente subaquático, são excitantes tanto para fãs de [Jacques] Cousteauquanto de [Neil] Armstrong", disse o chefe do projeto.



O Brasil deve aprender mais ciência

São Paulo
MARCELO GLEISER


Ao entender os mecanismos da natureza, o homem poderá erguer-se, sem medo, perante a criação.


COM FREQUÊNCIA, perguntam -me por que escrevo para o público não especializado. "Isso não toma tempo de sua pesquisa?" A resposta é sim, toma. Porém, para mim -e para outros cientistas que dedicam parte de seu tempo à divulgação científica- apresentar as ideias da ciência à sociedade é mais do que divertido ou intelectualmente estimulante: é nosso dever. E, mais importante ainda, é também vital para o nosso futuro.

Há diversas razões para isso. Aqui posso tocar em apenas algumas delas. Uma é que a ciência é parte essencial da nossa cultura e contribui crucialmente para a nossa visão de mundo. Pense que quando Cabral chegou aqui as pessoas pensavam que a Terra era o centro do cosmo e que nós éramos os escolhidos, criados à imagem de Deus. À medida que a compreensão científica do Universo avançou, nossa percepção de quem somos e de onde vivemos mudou.

A influência científica da nossa visão de mundo não se limita a ideias abstratas. Pelo contrário, nossa percepção da realidade é determinada por inovações tecnológicas. A morte recente de Steve Jobs, o líder da Apple, ilustra claramente como a ciência de ponta, aliada ao design inovador, pode mudar como a sociedade vive e se comunica.

Uma segunda razão se origina ao menos com os Atomistas da Grécia Antiga, se não antes, com Tales e Heráclito no século 6 a.C. Conforme escreveu o pensador romano Lucrécio em seu poema "Sobre a natureza das coisas": as pessoas vivem aterrorizadas porque não compreendem as causas por trás das coisas que acontecem na Terra e no céu, atribuindo-as cegamente aos caprichos de algum deus. Quando finalmente entendermos que nada pode surgir do nada, teremos uma imagem muito melhor de como formas materiais podem ser criadas ou como fenômenos podem ser ocasionados sem a ajuda de um deus.
A razão e a lógica são propostas como antídotos contra medos irracionais, baseados na fé cega em crenças supersticiosas. A ciência é uma consequência direta dessa profunda mudança de atitude: nada de se curvar perante divindades. Ao entender os mecanismos que regem a natureza, o homem poderá erguer-se, sem medo, perante a criação.

A ciência terá um papel cada vez maior no nosso futuro. Tome, por exemplo, a questão das fontes de energia e do aquecimento global. Quais as escolhas que melhor equilibram nossas necessidades e a saúde do planeta? Quais candidatos políticos se alinham com suas escolhas? Ou a engenharia genética e de como as células-tronco podem criar novas curas para doenças que afligem milhões de pessoas. Até que ponto nossas pesquisas devem ir? Até a clonagem humana? Será que a religião deve ter algum papel na decisão de quais pesquisas devem ou não ser financiadas?

Apenas uma população bem informada será capaz de tomar as decisões para um futuro melhor. Por isso, precisamos de mais ciência na mídia, nas escolas, nas nossas comunidades. Se o Brasil quer estar entre as cinco maiores potências mundiais nas próximas décadas, precisará de uma população educada cientificamente, preparada para competir com países que sabem da importância da ciência para o desenvolvimento.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook:http://goo.gl/93dHI




27 de out. de 2011

CNPq anuncia diretrizes éticas para pesquisa científica

Com informações do CNPq - 26/10/2011





Ética na ciência
 
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou um conjunto de diretrizes para promover a ética na publicação de pesquisas científicas e estabelecer parâmetros para investigar eventuais condutas reprováveis.
 
A iniciativa foi tomada após denúncia de fraude em publicações científicas envolvendo pesquisadores apoiados pela instituição.
 
De acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, "diante da inexistência de normas internas específicas e instrumentos estabelecidos para o tratamento adequado de ocorrências desta natureza, a Diretoria Executiva decidiu criar uma Comissão Especial, com a missão de propor recomendações e diretrizes sobre o tema da Ética e Integridade na Prática Científica".
 
O CNPq constituirá agora uma comissão permanente para difundir informações sobre pesquisa ética, principalmente sobre o ponto de vista da publicação científica.
 
O mesmo grupo se encarregará de analisar as denúncias que chegarem à instituição.
 
As regras propostas preveem que as denúncias de infrações serão submetidas a um juízo prévio da comissão permanente. Se julgadas verossímeis, o CNPq criará uma comissão extraordinária de especialistas para análise do caso.
 
De falsificação a repetição
 
O texto descreve quatro condutas ilícitas: a falsificação, a fabricação de resultados, o plágio e o autoplágio, este definido como a republicação de resultados científicos já divulgados como se fossem novos, sem informar a publicação prévia.
 
As regras também condenam a inclusão como autores de pessoas que só tenham emprestado equipamentos ou verba, sem participação intelectual no artigo científico.
 
As punições para os delitos mais graves incluem a suspensão de financiamento por meio de bolsas e, eventualmente, a devolução do recurso investido pelo CNPq no trabalho.
 
Diretrizes para uma pesquisa ética
 
  1. O autor deve sempre dar crédito a todas as fontes que fundamentam diretamente seu trabalho.
  2. Toda citação in verbis de outro autor deve ser colocada entre aspas.
  3. Quando se resume um texto alheio, o autor deve procurar reproduzir o significado exato das ideias ou fatos apresentados pelo autor original, que deve ser citado.
  4. Quando em dúvida se um conceito ou fato é de conhecimento comum, não se deve deixar de fazer as citações adequadas.
  5. Quando se submete um manuscrito para publicação contendo informações, conclusões ou dados que já foram disseminados de forma significativa (p.ex. apresentado em conferência, divulgado na internet), o autor deve indicar claramente aos editores e leitores a existência da divulgação prévia da informação.
  6. se os resultados de um estudo único complexo podem ser apresentados como um todo coesivo, não é considerado ético que eles sejam fragmentados em manuscritos individuais.
  7. Para evitar qualquer caracterização de autoplágio, o uso de textos e trabalhos anteriores do próprio autor deve ser assinalado, com as devidas referências e citações.
  8. O autor deve assegurar-se da correção de cada citação e que cada citação na bibliografia corresponda a uma citação no texto do manuscrito. O autor deve dar crédito também aos autores que primeiro relataram a observação ou ideia que está sendo apresentada.
  9. Quando estiver descrevendo o trabalho de outros, o autor não deve confiar em resumo secundário desse trabalho, o que pode levar a uma descrição falha do trabalho citado. Sempre que possível consultar a literatura original.
  10. Se um autor tiver necessidade de citar uma fonte secundária (p.ex. uma revisão) para descrever o conteúdo de uma fonte primária (p. ex. um artigo empírico de um periódico), ele deve certificar-se da sua correção e sempre indicar a fonte original da informação que está sendo relatada.
  11. A inclusão intencional de referências de relevância questionável com a finalidade de manipular fatores de impacto ou aumentar a probabilidade de aceitação do manuscrito é prática eticamente inaceitável.
  12. Quando for necessário utilizar informações de outra fonte, o autor deve escrever de tal modo que fique claro aos leitores quais ideias são suas e quais são oriundas das fontes consultadas.
  13. O autor tem a responsabilidade ética de relatar evidências que contrariem seu ponto de vista, sempre que existirem. Ademais, as evidências usadas em apoio a suas posições devem ser metodologicamente sólidas. Quando for necessário recorrer a estudos que apresentem deficiências metodológicas, estatísticas ou outras, tais defeitos devem ser claramente apontados aos leitores.
  14. O autor tem a obrigação ética de relatar todos os aspectos do estudo que possam ser importantes para a reprodutibilidade independente de sua pesquisa.
  15. Qualquer alteração dos resultados iniciais obtidos, como a eliminação de discrepâncias ou o uso de métodos estatísticos alternativos, deve ser claramente descrita junto com uma justificativa racional para o emprego de tais procedimentos.
  16. A inclusão de autores no manuscrito deve ser discutida antes de começar a colaboração e deve se fundamentar em orientações já estabelecidas, tais como as do International Committee of Medical Journal Editors.
  17. Somente as pessoas que emprestaram contribuição significativa ao trabalho merecem autoria em um manuscrito. Por contribuição significativa entende-se realização de experimentos, participação na elaboração do planejamento experimental, análise de resultados ou elaboração do corpo do manuscrito. Empréstimo de equipamentos, obtenção de financiamento ou supervisão geral, por si só não justificam a inclusão de novos autores, que devem ser objeto de agradecimento.
  18. A colaboração entre docentes e estudantes deve seguir os mesmos critérios. Os supervisores devem cuidar para que não se incluam na autoria estudantes com pequena ou nenhuma contribuição nem excluir aqueles que efetivamente participaram do trabalho. Autoria fantasma em Ciência é eticamente inaceitável.
  19. Todos os autores de um trabalho são responsáveis pela veracidade e idoneidade do trabalho, cabendo ao primeiro autor e ao autor correspondente responsabilidade integral, e aos demais autores responsabilidade pelas suas contribuições individuais.
  20. Os autores devem ser capazes de descrever, quando solicitados, a sua contribuição pessoal ao trabalho.
  21. Todo trabalho de pesquisa deve ser conduzido dentro de padrões éticos na sua execução, seja com animais ou com seres humanos.

O distante Éris é gêmeo de Plutão

ESO — Nota de Imprensa Científica



Calculado com precisão o tamanho do planeta anão no momento em que ocultou uma estrela de fraca luminosidade.


ESO/L. Calçada 

Astrônomos mediram pela primeira vez de modo preciso o diâmetro de Éris, o longínquo planeta anão, no momento em que este passou em frente de uma estrela de luminosidade baixa. Este fenômeno foi observado no final de 2010 por telescópios no Chile, incluindo o telescópio belga TRAPPIST que se encontra instalado no Observatório de La Silla do ESO. As observações mostram que Éris é um gêmeo quase perfeito de Plutão em termos de tamanho. Éris parece ter uma superfície muito refletora, sugerindo que se encontra uniformemente coberto por uma fina camada de gelo, provavelmente uma atmosfera gelada. Os resultados serão publicados en 27 de outubro na revista Nature.
Em Novembro de 2010 o distante planeta anão Éris passou em frente de uma estrela de fundo de luminosidade baixa, num acontecimento a que chamamos ocultação. Estes eventos são muito raros e difíceis de observar, uma vez que o planeta anão se encontra muito longe e é muito pequeno. O próximo acontecimento do gênero envolvendo Éris terá lugar apenas em 2013. As ocultações oferecem-nos a maneira mais precisa, e muitas vezes a única maneira, de medir o tamanho e estimar a forma de corpos muito distantes do Sistema Solar.

A estrela candidata a ocultação foi identificada ao serem estudadas imagens obtidas com o telescópio MPG/ESO de 2.2 metros instalado no Observatório de La Silla do ESO. As observações foram planejadas cuidadosamente e levadas a cabo por uma equipe internacional de astrônomos de várias universidades (principalmente de França, Bélgica, Espanha e Brasil), que utilizaram, entre outros, o telescópio TRAPPIST [1] (sigla do inglês TRAnsiting Planets and PlanetesImals Small Telescope, eso1023), também instalado em La Silla.

“Observar ocultações de pequenos corpos do Sistema Solar situados para além de Netuno requer grande precisão e planejamento. Esta é a melhor maneira de medir o tamanho de Éris, além de ir até lá, é claro!” explica Bruno Sicardy, o autor principal do trabalho.

As observações da ocultação foram feitas em 26 locais diferentes espalhados por toda a Terra e que se encontravam na trajetória prevista da sombra do planeta anão - incluindo alguns telescópios de observatórios amadores. No entanto, só foi possível observar o evento diretamente em dois lugares apenas, ambos situados no Chile: um no Observatório de La Silla do ESO com o telescópio TRAPPIST e o outro em São Pedro de Atacama, onde se utilizaram dois telescópios [2]. Os três telescópios registaram uma diminuição do brilho da estrela distante correspondente à altura em que Éris bloqueou a sua radiação.

As observações combinadas dos dois locais chilenos indicam que Éris tem uma forma praticamente esférica. Estas medições são bastante precisas no que dizem respeito à forma e ao tamanho do objeto, mas apenas se não tiverem sido distorcidas pela presença de montanhas altas, o que dificilmente existirá num corpo gelado tão grande.

Éris foi identificado como sendo um objeto grande situado no Sistema Solar exterior em 2005. A sua descoberta foi um dos motivos que levou à criação de uma nova classe de objetos chamados planetas anões e à reclassificação de Plutão de planeta para planeta anão em 2006. Éris encontra-se atualmente três vezes mais longe do Sol do que Plutão.

Embora observações anteriores utilizando métodos diferentes sugerissem que Éris era provavelmente 25% maior do que Plutão, com uma estimativa para o diâmetro de 3000 quilômetros, este novo estudo prova que os dois objetos têm essencialmente o mesmo tamanho. O novo diâmetro calculado para Éris é de 2326 quilômetros com uma precisão de 12 quilômetros, o que torna o seu tamanho melhor conhecido que o de Plutão, que tem um diâmetro estimado entre 2300 e 2400 quilômetros. O diâmetro de Plutão é mais difícil de medir devido à presença de uma atmosfera que torna impossível detectar diretamente a sua borda utilizando ocultações. O movimento do satélite de Éris, Disnomia [3], foi utilizado para estimar a massa de Éris. Descobriu-se que Éris é 27% mais pesado do que Plutão [4]. Combinando este resultado com o diâmetro estimou-se que a densidade de Éris é de 2,52 gramas por cm3 [5].

“Esta densidade significa que Éris é provavelmente um grande corpo rochoso coberto por um manto relativamente fino de gelo,” comenta Emmanuel Jehin, que participou neste trabalho [6].

Descobriu-se que a superfície de Éris é muito refletora, refletindo 96% da luz que lhe chega (albedo visível de 0,96 [7]). Esta valor corresponde a uma superfície ainda mais brilhante do que neve fresca na Terra, o que torna Éris dum dos objetos do Sistema Solar mais refletores, em simultâneo com a lua gelada de Saturno, Enceladus. A superfície brilhante de Éris é muito provavelmente composta por uma mistura de gelo rico em nitrogênio e metano gelado - como nos indica o espectro do planeta - que cobre todo o planeta com uma camada de gelo fina muito refletora com menos de um milímetro de espessura.

“Esta camada de gelo pode ter resultado da condensação em gelo da atmosfera de nitrogênio ou metano do planeta anão, que atinge a superfície à medida que o planeta se afasta do Sol ao longo da sua órbita alongada e entra cada vez mais num ambiente frio,” acrescenta Jehin. O gelo pode posteriormente voltar a transformar-se em gás à medida que Éris se aproxima do ponto mais próximo do Sol, a uma distância de cerca de 5,7 bilhões de quilômetros.

Com os novos resultados a equipe pôde também estimar a temperatura à superfície do planeta anão, obtendo um resultado de no máximo -238º Celsius para a superfície iluminada pelo Sol e menos ainda para o lado noturno de Éris.

“É extraordinário o quanto podemos aprender sobre um objeto distante pequeno como Éris quando o observamos a passar em frente de uma estrela tênue, utilizando telescópios relativamente pequenos. Cinco anos depois da criação da nova classe dos planetas anões estamos finalmente a conhecer bem um dos seus membros fundadores,” conclui Bruno Sicardy.

Notas

[1] O TRAPPIST é um dos mais recentes telescópios robóticos instalados no Observatório de La Silla. Com um espelho primário de apenas 0,6 metros, foi inaugurado em Junho de 2010 e dedica-se principalmente ao estudo de exoplanetas e cometas. O telescópio é um projeto financiado pelo Fundo Belga para a Investigação Científica (FRS-FNRS), com a participação da Fundação Nacional Científica Suíça, e é controlado a partir de Liège.

[2] Os telescópios Caisey Harlingten e ASH2.

[3] Éris é a deusa grega da discórdia. Disnomia é filha de Éris e é a deusa da desordem.

[4] A massa de Éris é 1,66 x 1022 kg, o que corresponde a 22% da massa da Lua.

[5] Para comparação a densidade da Lua é 3,3 gramas por cm3 e a da água é de 1,0 grama por cm3.

[6] O valor da densidade sugere que Éris é composto principalmente por rocha (85%), com uma pequena quantidade de gelo (15%). Este último encontra-se provavelmente numa camada com cerca de 100 km de espessura rodeando o enorme núcleo rochoso. Esta camada muito grossa composta principalmente por gelo de água não deve ser confundida com a camada muito fina de atmosfera gelada existente à superfície de Éris e que o torna tão refletor.

[7] O albedo de um objeto representa a fração de luz que chega à sua superfície e que é refletida de volta ao espaço em vez de ser absorvida. Um albedo de 1 corresponde a uma superfície branca de reflexão perfeita, enquanto que 0 será a total absorção da cor preta. Para comparação, o albedo da Lua é de apenas 0,136, semelhante ao do carvão.



Este texto é a tradução da Nota de Imprensa do ESO eso1142, cortesia do ESON, uma rede de pessoas nos Países Membros do ESO, que servem como pontos de contacto local para os media em ligação com os desenvolvimentos do ESO, Notas de Imprensa, etc. O representante do nodo português é João Fernandes, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. A nota de imprensa foi traduzida por Margarida Serote. A versão brasileira foi adaptada pelo representante brasileiro Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos.





Confirmado o tema central da 64ª Reunião Anual da SBPC

Jornal da Ciência
de 26 de Outubro de 2011.

"Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza" será o tema da reunião de 2012 que acontece em São Luís (MA).

A diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) confirmou o tema central "Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza", sugerido pela secretaria maranhense, para a 64ª Reunião Anual, que ocorre de 23 a 27 de julho de 2012, nas dependências do Campus da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Mais de 20 mil pessoas são esperadas para o maior evento científico da América Latina que, desde 1948, ocorre a cada ano em estados e universidades diferentes. A última reunião anual em São Luís aconteceu em julho de 1995, com o tema "Ciência e Desenvolvimento Autossustentável".

Na última semana, durante a reunião de instalação da Comissão Executiva local da SBPC, o reitor da UFMA, professor Natalino Salgado, relatou as providências que estão sendo tomadas para assegurar à comunidade acadêmica e à sociedade maranhense condições adequadas de acessibilidade, conforto e segurança. A 64ª Reunião da SBPC será realizada no mesmo ano em que se comemora o quarto centenário de fundação da Cidade de São Luís.

Tema, marca e comissões - O tema "Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza" é fruto de opinião colhida de internautas em consulta realizada pela UFMA, por intermédio do seu site. No grupo de opções ao internauta, além de energia, cultura e pobreza, constavam ainda sustentabilidade e bioma.

Mediante portaria assinada pelo reitor Natalino Salgado, foi constituída a Comissão Executiva local responsável pelas atividades que integrarão a 64ª Reunião Anual da SBPC. É presidida pelo próprio reitor e tem como vice-presidente o vice-reitor Antonio José Oliveira. A Comissão é secretariada pela assistente social Margarete Cutrim.

A coordenação de identidade visual, composta pelo professor Carlos Delano e equipe de alunos do curso de Design já apresentou propostas de marca para a Reunião da SBPC de São Luís, que estão sendo apreciadas pela diretoria nacional da entidade. O motivo da marca é o couro de boi, expressão marcante do bumba meu boi.

A Secretaria Geral está ocupando uma sala no primeiro andar do Centro Pedagógico Paulo Freire, no Campus da UFMA. A secretária Margarete Cutrim explica que a Comissão Executiva poderá ser ampliada à medida que surgirem pessoas interessadas ou a demanda exigir.

O ritmo de trabalho se desenvolve regularmente nas comissões setoriais que já formatam a programação em sintonia com a SBPC nacional. A exemplo das demais reuniões anuais, na 64ª SBPC ocorrerá a ExpoT&C que, historicamente, reúne universidades, institutos de pesquisas, entidades governamentais e outros expositores. Da mesma forma, será realizada a SBPC Jovem inteiramente destinada a estudantes do ensino fundamental, médio ou técnico. A SBPC Cultural está garantida na extensa e dinâmica programação, que está em fase de elaboração.

(Portal da UFMA)






Terremoto na Turquia deixa pelo menos 523 mortos e 1.650 feridos

27/10/2011
Internacional
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Direção Oficial das Situações de Emergência da Turquia informou hoje (27) que pelo menos 523 pessoas morreram e 1.650 ficaram feridas em decorrência do terremoto que atingiu o país no último dia 23. Os tremores de até 7,2 graus na escala Richter afetaram a região de Van, na fronteira com o Irã. O último balanço era de 481 mortos.

O epicentro do terremoto foi registrado domingo (23), às10h41 (14h41 em Brasília), a 19 quilômetros de Van e a uma profundidade de 7,2 quilômetros. Na região vivem cerca de 380 mil pessoas e é constante a presença de turistas e visitantes. O local é conhecido por abrigar ruínas de construções em pedra que são de antes de Cristo. Também há produção de peles, cereais, frutas e vegetais.

Para o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é USGS), por causa da intensidade do terremoto as mortes podem chegar a 1.000. As buscas na Turquia permanecem e pessoas são encontradas com vida. Vários governos estrangeiros, inclusive o Brasil, ofereceram ajuda às autoridades turcas.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto


 



26 de out. de 2011

Oficina de Pintura na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2011




Um dos grandes sucessos entre as crianças e os jovens que estiveram presentes ao stand do Observatório Nacional, em Petrópolis, durante a última edição da SNCT 2011, foi a Oficina de Pintura.

Desenhos variados, abordando as áreas afins do instituto e com breves descrições, eram distribuidos para serem coloridos e dispostos em um mural que se formava no stand.



Descoberta científica afirma que o Universo está em constante expansão


Assista ao programa Espaço Aberto Ciência e Tecnologia, da GloboNews, com a entrevista aos pesquisadores Jailson Souza de Alcaniz e Renato de Alencar Dupke, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAA)do Observatório Nacional.


Alba Lívia
Assessoria de Comunicação/ON


Espaço Aberto Ciência e Tecnologia

Ao longo dos anos, muitos cientistas apresentaram diferentes teorias sobre a origem e a evolução o Universo. Uma recente descoberta de três cientistas apresenta o conceito de 'energia escura', que provoca uma aceleração na expansão do Universo.

Clique para assistir:
Descoberta científica afirma que o Universo está em constante expansão

25 de out. de 2011

Cordel, jogos e realidade virtual na Semana Nacional de C&T

Jornal da Ciência

Institutos de pesquisa e universidades ofereceram experiências no LNCC, em Petrópolis, segunda cidade fluminense com maior número de atividades na 8ª SNCT.

Nem a forte chuva que caiu sobre o estado do Rio de Janeiro nos últimos dias desanimou as centenas de pessoas que visitaram a Tenda da Ciência, montada no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, como parte das atividades da 8ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), cujo tema este ano é “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”. A cidade serrana fluminense foi a segunda do estado com mais atividades no evento: 306. Perdeu apenas para a capital, que realizou por volta de 370.

“Petrópolis já é conhecida como um APL (arranjo produtivo local) de tecnologia no estado do Rio, e essa grande quantidade de atividades demonstra a força que ela tem nesse segmento. Nosso objetivo é possibilitar o contato das crianças com o que está acontecendo de mais moderno na área de ciência e tecnologia”, afirma Robson Cardinelli, secretário de Ciência e Tecnologia de Petrópolis. Cardinelli destacou o investimento da cidade em laboratórios do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) nas escolas públicas municipais e a compra de 15 mil netbooks para os estudantes. “Em 2012, todas as escolas municipais terão um netbook por aluno. Petrópolis está investindo na base para se transformar em uma tecnópolis”, ressalta.

Algumas das principais instituições científicas do País, com sede no Rio de Janeiro, marcaram presença na cidade, como o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), que levou para seu estande o Mural Eletrônico Braille, desenvolvido pela área de Gestão da Produção do INT e voltado para a inclusão social de deficientes visuais e auditivos. O aparelho integra o projeto Escola Inclusiva, que desenvolve tecnologias de acessibilidade na rede pública de ensino do município de Niterói. Além disso, no mesmo estande, fez sucesso entre os estudantes o Quiz Tecnológico, um jogo interativo de perguntas e respostas com três níveis de dificuldade, contendo informações históricas e atuais sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco na atuação do Instituto.

O Observatório Nacional(ON) apostou em uma abordagem lúdica de algumas experiências, levando jogos tradicionais e eletrônicos, quebra-cabeças e até ciência em literatura de cordel. "Da energia escura à luz que vem da sacada", livrinho de 16 páginas, explica a origem do Universo usando recursos dessa linguagem popular.

No estande ao lado, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas CBPF) brincou com a ilusão de ótica criada por espelhos e exibiu uma cadeira de pregos, alinhados no mesmo nível, que despertou a curiosidade das crianças. “Elas não acreditam que não machuca, mas o truque é que o peso fica distribuído”, revela Grasiele Santos, monitora do espaço.

Maior foto do mundo - O Instituto de Matemática Pura e Aplicada Impa)levou uma imagem que entrou em 2010 para o Guiness,o livro dos recordes, como a maior foto do mundo. Trata-se de uma panorâmica tirada de um tripé automatizado localizado no alto do Pão de Açúcar e que, à primeira vista, não parece tão grande. Mas a imagem guarda detalhes que permitem uma resolução extraordinária. “Ela tem 152.4 Gigapixels e é o resultado da união de 12.238 fotos de uma câmera de 12 Megapixels”, detalha Sérgio Vaz, designer do Impa. O processo de captação durou quase cinco horas e o objetivo da experiência era manipular uma quantidade massiva de dados. O tamanho do arquivo da imagem, chamada de “Gigapan”, é de 538 Gigabytes, “que encheriam quase mil CDs”, como ressalta Vaz.

Dando destaque para o Ano Internacional da Química, o Centro de Tecnologia Mineral propôs a observação de diamantes e gemas preciosas e semipreciosas, além de uma exposição sobre as aplicações de diversos minerais, que vão de cosméticos a latas de sardinha. E o LNCC, anfitrião da Tenda, apresentou uma sala de realidade virtual (onde se podia fazer um passeio por uma plataforma de petróleo) e um software que ajuda no treinamento de médicos para a reanimação de pacientes.

Também estiveram presentes em Petrópolis o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), coordenador da SNCT no Rio de Janeiro; a Universidade Estácio de Sá (criadora de uma sala sensorial); e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (que chamou a atenção dos estudantes ao levar órgãos humanos dissecados), entre outras instituições. A previsão dos organizadores é de que cerca de 20 mil pessoas passassem pela Tenda da Ciência durante semana.

(Clarissa Vasconcellos - Jornal da Ciência)



Exoplaneta ou estrela? Objeto celeste mais frio já fotografado

Redação do Site Inovação Tecnológica

Impressão artística da anã-marrom e sua companheira, tão fria quanto um planeta.[Imagem: Janella Williams]
Planeta ou estrela morta?


Astrônomos fotografaram diretamente uma estrela anã-marrom e sua companheira - algo entre um exoplaneta e uma estrela morta - que tem uma temperatura similar à de um deserto na Terra.

"Este companheiro tipo planetário é o objeto mais frio já fotografado diretamente fora do nosso Sistema Solar," garante Kevin Luhman, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Os cientistas ainda discutem se podem catalogar o objeto celeste como um exoplaneta.

"Sua massa é semelhante à de muitos planetas extrassolares - de seis a nove vezes a massa de Júpiter - mas, em outros aspectos, ele é mais parecido com uma estrela," diz Luhman.

Em tese, o corpo celeste seria uma pequena estrela extremamente fria.

Estrelas frias


Foto em infravermelho do objeto celeste mais frio já visto diretamente - à esquerda, marcado como "cold companion" (companheiro frio). . [Imagem: Luhman et al.]

Há poucos meses, astrônomos identificaram as estrelas mais frias do Universo, mas elas não foram fotografadas diretamente, como agora.

A candidata a estrela mais fria até agora estudada tem a temperatura similar à de uma xícara de café:


A estrela agora fotografada é chamada WD 0806-661 B, representada na ilustração orbitando sua companheira também muito fria para uma estrela, uma anã-marrom, o núcleo colapsado de uma estrela que está morrendo.

Os astrônomos calcularam a temperatura dessa "estrela planetária" entre 26 e 70 graus Celsius.




Astrônomos encontram "oceanos de água" em disco planetário

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/10/2011

A estrela em torno da qual há tanto vapor de água é a TW Hidra, localizada a 175 anos-luz da Terra. [Imagem: ESA/NASA/JPL-Caltech/Leiden Observatory]

Água para planetas

Astrônomos detectaram vapor de água congelada "envelopando" um disco de poeira ao redor de uma estrela jovem.

O disco de poeira poderá no futuro dar origem a um sistema de planetas que, por sua vez, herdarão essa grande quantidade de água.

Isto sugere, segundo a equipe do telescópio espacial Herschel, que "planetas cobertos por água, como a Terra, podem ser comuns no Universo".

Anteriormente já havia sido detectado vapor de água quente em discos planetários - discos de poeira que darão origem a planetas.

Mas esta é a primeira vez que se detecta vastas quantidades de água se estendendo muito além do próprio disco de poeira, onde se acredita que os cometas sejam formados.

"Quanto mais água estiver disponível no disco para a formação de cometas contendo gelo, maiores serão as chances de que grandes quantidades de água eventualmente alcancem os planetas durante impactos," afirma a nota da NASA.
Redação do Site Inovação Tecnológica

Milhares de oceanos

"Nossas observações desse vapor frio indicam que há água no disco suficiente para encher milhares de oceanos da Terra," afirmou o astrônomo Michiel Hogerheijde, coordenador da pesquisa.

A estrela em torno da qual há tanto vapor de água é a TW Hidra, localizada a 175 anos-luz da Terra.

Água orto e água para

O vapor detectado vem de um grande reservatório de grânulos de gelo, que interagem com a luz ultravioleta da estrela. Os astrônomos acreditam que esses grânulos se ajuntem para formar cometas.

As moléculas de água têm duas formas de "spin", chamadas orto e para, conforme a orientação do núcleo de hidrogênio.

Nesta pesquisa, os astrônomos compararam a proporção entre água orto e para vista na TW Hidra com aquela observada em cometas, e encontraram valores muito baixos - proporções pequenas indicam temperaturas mais baixas, embora na prática a análise seja bem mais complicada.




 

24 de out. de 2011

Satélite alemão pode ter caído no sudeste asiático

AE - Agência Estado

Um satélite alemão de pesquisa desativado caiu em algum lugar no sudeste da Ásia hoje de acordo com cientistas norte-americanos que observaram a reentrada do objeto na atmosfera terrestre.

Segundo o astrofísico Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harward-Smithsonian, os fragmentos do satélite podem ter caído entre o Sri Lanka e a China, passando pelo Oceano Índico e Mianmar. O astrofísico acredita que os fragmentos caíram em áreas não habitadas porque haveriam registros se a queda do objeto fosse em locais povoados.

Parte dos pedaços do satélite Rosat, do tamanho de uma minivan, deveria queimar antes de atingir a atmosfera a uma velocidade de reentrada de 405 quilômetros por hora. No entanto, até 30 fragmentos pesando um total de 1,87 toneladas poderia atingir a Terra, de acordo com o Centro Aeroespacial da Alemanha. As informações são da Associated Press.

ONU está pronta para prestar assistência às vítimas do terremoto na Turquia

ONU

Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, ficou profundamente triste em saber das perdas de vida e destruição causadas pelo terremoto que atingiu o leste da Turquia neste domingo (23/10). Ele colocou as Nações Unidas à disposição para prestar assistência, se requisitada.

Pelo menos 70 pessoas morreram por causa do tremor de 7.2 graus na escala Richter que destruiu prédios perto da cidade de Van, enquanto um número desconhecido está preso sob os escombros. Há um número elevado de vítimas principalmente na cidade de Ercis, perto da fronteira com o Irã, onde cerca de 30 prédios desabaram.

Ban expressou sua solidariedade ao governo e ao povo turco pelas perdas e sofrimento. “O Secretário-Geral elogia as autoridades turcas pela rápida resposta à situação”, disse seu porta-voz. “As Nações Unidas estão em contato com as autoridades competentes e estão prontas para oferecer qualquer assistência, se solicitado.”




 

Terremoto da Turquia foi sentido com força no Irã

DA EFE, EM TEERÃ
Folha.com

O terremoto de 7,2 graus Richter que sacudiu neste domingo a província de Van, no leste da Turquia, que teria causado entre 500 e mil mortos, foi sentido com força no noroeste do Irã, mas não causou vítimas nem danos consideráveis, informou a imprensa local.

O terremoto teve uma magnitude de 4,6 graus na escala Richter nas províncias iranianas do Azerbaijão Oriental e Ocidental, fronteiriças com a Turquia, com o epicentro situado a 75 quilômetros da divisa dos dois países.

A Cruz Vermelha do Irã e as autoridades da cidade fronteiriça de Joy, assim como de outras regiões próximas à Turquia, anunciaram que estão dispostas a enviar equipes de resgate e ajuda humanitária imediatamente à área do desastre.

Os terremotos são muito frequentes tanto na Turquia como no Irã, países situados em uma zona de grandes falhas geológicas.

O tremor mais trágico da história do Irã aconteceu em junho de 1999, com 7,7 graus, quando morreram 37 mil pessoas e 27 cidades ficaram destruídas.

Na Turquia, também em 1999, dois terremotos que superaram a magnitude 7 na escala Richter mataram quase 20 mil pessoas na região noroeste, a mais povoada do país.



21 de out. de 2011

Entrevista de pesquisadores do Observatório Nacional à GloboNews


Nesta segunda-feira, dia 24, o programa Espaço Aberto Ciência e Tecnologia, da GloboNews, apresenta uma entrevista com os pesquisadores Jailson Souza de Alcaniz e Renato de Alencar Dupke, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAA), sobre a expansão do universo, assunto que motivou o Prêmio Nobel de Física 2011. O programa vai ao ar às 21h30, com reprise na terça-feira, dia 25 (1h30, 8h30 e 16h30), na quinta-feira, dia 27 (5h05) e no sábado, dia 29 (19h05). A GloboNews é transmitida pelo canal 40 da NET, da SKY e de outras TVs por assinatura.

Por
Alba Lívia
Assessoria de Comunicação/ON

Satélite brasileiro vai estudar anomalia magnética no Atlântico

Inovação Tecnológica

Índia, Brasil e África do Sul pretendem construir e lançar um satélite artificial para monitorar uma anomalia magnética do Atlântico Sul. O acordo foi assinado durante a reunião dos líderes dos três países na África do Sul, nesta semana.
A anomalia magnética do Atlântico Sul é uma interferência magnética que causa ruídos e problemas de comunicação em satélites desta região, mas sobre a qual os cientistas sabem pouco.
Acredita-se que ela seja gerada por um "mergulho" do campo magnético da Terra em direção à superfície, que ocorre nesta região por um deslocamento do campo magnético terrestre em relação ao seu centro geográfico.
O satélite será construído principalmente com tecnologia brasileira. A África do Sul será responsável pela construção da plataforma de lançamento e o foguete será fornecido pela Índia.
Segunda tentativa

Segundo o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, será um satélite leve, que poderia ser lançado em qualquer um dos foguete indianos.
A expectativa é que o lançamento do satélite, informalmente chamado IBAS (iniciais dos três países) seja realizado até 2015.
De concreto, porém, o anúncio envolveu apenas a marcação de uma reunião a ser realizada na Índia para "traduzir o conceito do satélite IBAS em ação," segundo o comunicado oficial.
Este mesmo anúncio, sem a marcação da reunião, havia sido feito em 2010, quando os presidentes da África do Sul e da Índia vieram ao Brasil.
Naquela ocasião, porém, a ideia era de construir dois satélites.



Construída réplica em escala do espelho do maior telescópio do mundo para o Dia Aberto do ESO

eso1140pt-br — Nota de Imprensa Institucional




ESO Open House Day 2011 (img ESO)


No sábado 15 de Outubro o Observatório Europeu do Sul abriu ao público as portas da sua sede em Garching bei Munchen, Alemanha. Durante todo o dia, milhares de visitantes tiveram a oportunidade de construir uma réplica em escala do espelho do maior telescópio do mundo em fase de planejamento - o European Extremely Large Telescope (E-ELT) - e de experimentar muitos outras atividades relacionadas com o trabalho do ESO.

ESO Open House Day 2011 (img ESO)

Cerca de 3100 visitantes estiveram na sede do ESO no sábado, interessados em saber mais sobre as infraestruturas de vanguarda do ESO e respectivos resultados científicos. Os participantes do Dia Aberto do ESO 2011 tiveram uma enorme variedade de atividades por onde escolher. O ponto alto do dia foi sem dúvida a construção de um espelho fictício para o European Extremely Large Telescope (E-ELT), atividade que deu aos participantes a oportunidade única de tomarem consciência da verdadeira dimensão do maior olho no céu do mundo. Os entusiasmados visitantes fizeram fila para colocarem 798 pedaços de cartão em forma de hexágonos com cerca de 1,4 metros de um lado ao outro nas suas posições correspondentes. Utilizando cavilhas e um esquema do espelho desenhado no chão, os visitantes colocaram os hexágonos de maneira a formarem o gigantesco espelho. Simultaneamente, a construção foi filmada a partir do telhado do edifício. Uma vez acabado, o espelho, colocado junto à sede do ESO, media 39,3 metros de um lado ao outro e ocupava uma área total de quase 1000 metros quadrados.

O auditório do ESO ofereceu diversas palestras sobre tópicos atuais de astronomia. Também a partir do auditório estabeleceram-se várias ligações ao observatório do Paranal, no Chile, o que deu às pessoas a oportunidade de dialogarem ao vivo com os astrônomos do ESO que trabalham no Paranal. Pais e crianças apreciaram as suas fotografias tiradas em infravermelho e foram feitas observações do Sol através de telescópios. Entre várias atividades divertidas, os visitantes puderam escrever postais a partir dos confins do Universo para as suas famílias e amigos - postais esses que serão enviados pelo ESO - e viajaram por entre as estrelas no planetário Skyslan e com o programa Stellarium.

Estiveram patentes ao público três exposições sobre os observatórios do ESO: o Very Large Telescope (VLT), o Atacama Large Millimeter/submillimiter Array (ALMA) e o European Extremely Large Telescope (E-ELT). Os visitantes puderam ver protótipos de componentes para o E-ELT, incluindo um espelho gigante deformável, e puderam também controlar um segmento real do espelho primário do E-ELT. Fizeram ainda uma visita virtual pelo E-ELT e conduziram virtualmente um enorme transportador de antenas ALMA.

O Grupo de Caridade do ESO preparou um buffet de cozinha internacional com a ajuda do pessoal do ESO. O dinheiro angariado na venda dos diversos pratos confecionados será doado para ajudar crianças no Chile.

Este evento fez parte do Dia Aberto 2011 organizado por muitas institutos no Campus acadêmico de Garching. Para mais informações acerca das diversas atividades realizadas acesse este link



 
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Pós-Graduação no Observatório Nacional. Vagas abertas!


O Programa de Pós-Graduação do Observatório Nacional foi inicialmente credenciado pelo Conselho Federal de Educação (CFE) através do Parecer 05/73, de 22/01/1973. Posteriormente, foi recredenciado pelo CFE para a área de Astronomia em nível de Mestrado e Doutorado, através do Parecer 755/93 de 06/12/1993.


O Programa de Pós-Graduação em Astronomia

Tem como objetivo principal o de completar e aperfeiçoar a formação em astronomia dos graduados nas áreas de Física, Astronomia, Matemática e ciências afins, visando formar pesquisadores altamente qualificados e profissionais bem preparados para o mercado de trabalho. O Programa possui duas áreas principais de concentração, Astronomia e Astrofísica, com diferentes subáreas.
Desde a sua criação o Programa já formou mais de 90 Mestres e mais de 50 Doutores em Astronomia, muitos deles ocupando atualmente posições de destaque na comunidade científica brasileira e internacional.


O Programa de Pós-Graduação em Geofísica

Tem como objetivo a formação de recursos humanos altamente qualificados em várias áreas da Geofísica, que possam se dedicar tanto à vida acadêmica quanto a atividades de exploração. Para isto, os alunos são providos de conhecimentos teóricos e práticos nos vários campos de interesse. Trata-se de área altamente multidisciplinar que envolve desde matemática, física e química até meio ambiente, computação e problemas sociais. Os alunos são egressos de graduações em Física, Matemática, Geofísica, Geologia, Engenharias e outras áreas afins. A fase inicial do programa nivela profissionais, oriundos das mais diversas áreas de atuação e formação, através de um conjunto de disciplinas obrigatórias. Desta forma consegue-se que estejam habilitados a levantar dados com qualidade ou aproveitar dados previamente existentes, processar e interpretar estes, assim como construir e interpretar modelos teóricos, e outras informações que se façam necessárias ao longo do seu trabalho, sob a perspectiva da Geofísica, aplicados à área desejada.


Para maiores informações sobre os cursos acesse:





20 de out. de 2011

TERMINA HOJE A FEIRA AMIGOS DA CIÊNCIA NO LNCC


Hoje, dia 20 de outubro, termina a Feira realizada nas instalações do LNCC durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O evento recebeu uma média de 3mil visitantes por dia e teve a satisfação de receber escolas de toda região da grande Petrópolis.


Os visitantes puderam conhecer os Institutos de Pesquisa do MCTI localizados no Rio de Janeiro, bem como, grandes instituições de Ensino e Pesquisa de Petrópolis.
Na programação, IST e LNCC ofereceram mais de cinquenta palestras e oficinas, atraindo um enorme público de crianças e jovens que puderam brincar, pensar e sentir a importância do conhecimento em suas vidas.

A Semana Nacional de C&T é uma iniciativa do Governo Federal para popularizar o conhecimento em todo o território nacional. Diversas instituições de Petrópolis como FIOCRUZ, UCP, FASE, Museu Imperial, SENAI dentre outros, também realizaram atividades em diversos pontos da cidade, levando informação a um número ainda maior de petropolitanos.


Todas estas ações resultam do esforço coletivo de parceiros locais que abrem suas portas e disponibilizam seus projetos à sociedade, em especial a Prefeitura Municipal de Petrópolis que através da Secretaria de Ciência e Tecnologia, viabilizou o evento na cidade como um todo. Esta ação coletiva é a prova de que trabalho realizado com seriedade, compromisso e ética garante resultados inspiradores junto a sociedade.

O LNCC agradece aos expositores que tornaram a Feira este espaço repleto de informações do mais alto nível e festeja com a comunidade local a possibilidade deste encontro. Com certeza, estamos todos de parabéns pela qualidade das exposições e pelo interesse dos nossos jovens estudantes que souberam aproveitar este encontro para construção de novas e frutíferas possibilidades em suas vidas.

Esperamos agora pela SNCT 2012 para uma nova festa do conhecimento em nossas instalações.

Até lá!

Assessoria de Eventos e Comunicação
LNCC / MCTI



ON mantém seu compromisso com a divulgação científica na SNCT 2011

DAED/ON


Mais uma vez o stand do Observatório Nacional (ON) faz a sua parte e reúne crianças, jovens e adultos, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2011, para divulgar a ciência feita pelo instituto e manter seu compromisso com a popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Com estimativa de 20.000 alunos participantes e jovens da região, que visitaram o evento com a família, a mostra realizada nas instalações do LNCC está sendo sucesso total. Vale lembrar que hoje (20) é o último dia do evento.

O ON apresentou, com o Dr. Carlos Henrique Veiga, as palestras 'Nascimento, Vida e Morte das Estrelas' e 'Calendário e As Estações do Ano', despertando muito interesse por parte do público presente. A segunda palestra ocorreu no stand do IMPA, onde o público se reuniu com muita curiosidade, mas nem assim diminuiu o movimento no stand do ON, onde jovens e crianças dividiam cada espaço para montar quebra-cabeças, ler as revistinhas distribuídas, brincar com os jogos eletrônicos disponíveis nos CDs distribuídos e colorir os desenhos que formavam um grande "Painel Científico" no stand do instituto.

Veja abaixo alguns momentos do evento!


A ciência colorida pelo público


As crianças colorindo a nossa ciência


Pausa para leitura de uma das revistas distribuidas pelo ON


Dedicação para montar o quebra-cabeça do Planeta Terra


Astronomia e Geofísica em jogos eletrônicos

Veja mais fotos do evento no Facebook do ON

Tempestade de cometas

Blog Só Ciência
Enviado por Cesar Baima



O telescópio espacial Spitzer, da Nasa, detectou o que parece ser uma verdadeira “tempestade” de cometas em um sistema planetário próximo da Terra. A situação lembra o chamado “bombardeio tardio” que atingiu nosso Sistema Solar bilhões de anos atrás e que se acredita ter suprido nosso planeta com água e moléculas orgânicas que possibilitaram o desenvolvimento da vida terrestre.

As imagens do Spitzer, que observa o céu na faixa do infravermelho, mostram uma grossa nuvem de gás e poeira em torno da estrela Eta Corvi. Os astrônomos acreditam que a nuvem está próxima o bastante dela para que planetas semelhantes à Terra tenham se formado e estão sendo atingidos por uma série de cometas. Eles calculam que o sistema planetário teria cerca de 1 bilhão de anos de idade, a mesma na qual a Terra experimentou seu último grande “bombardeio” celeste.




 

Satélite brasileiro vai estudar anomalia magnética no Atlântico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/10/2011

Anomalia magnética

Índia, Brasil e África do Sul pretendem construir e lançar um satélite artificial para monitorar uma anomalia magnética do Atlântico Sul.

O acordo foi assinado durante a reunião dos líderes dos três países na África do Sul, nesta semana.

A anomalia magnética do Atlântico Sul é uma interferência magnética que causa ruídos e problemas de comunicação em satélites desta região, mas sobre a qual os cientistas sabem pouco.

Acredita-se que ela seja gerada por um "mergulho" do campo magnético da Terra em direção à superfície, que ocorre nesta região por um deslocamento do campo magnético terrestre em relação ao seu centro geográfico.

O satélite será construído principalmente com tecnologia brasileira. A África do Sul será responsável pela construção da plataforma de lançamento e o foguete será fornecido pela Índia.

Segunda tentativa

Segundo o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, será um satélite leve, que poderia ser lançado em qualquer um dos foguete indianos.

A expectativa é que o lançamento do satélite, informalmente chamado IBAS (iniciais dos três países) seja realizado até 2015.

De concreto, porém, o anúncio envolveu apenas a marcação de uma reunião a ser realizada na Índia para "traduzir o conceito do satélite IBAS em ação," segundo o comunicado oficial.

Este mesmo anúncio, sem a marcação da reunião, havia sido feito em 2010, quando os presidentes da África do Sul e da Índia vieram ao Brasil.

Naquela ocasião, porém, a ideia era de construir dois satélites.




 

Mais um mistério sobre a matéria escura

Blog Só Ciência
18/10/2011



Enquanto alguns astrônomos se voltam para gigantescos e distantes aglomerados de galáxias para estudar a matéria escura, outros estão buscando sinais desta misteriosa substância que responderia por cerca de 25% de tudo que há no Universo na nossa própria vizinhança cósmica. E as observações estão colocando ainda mais dúvidas sobre a natureza da matéria escura.

Pesquisa conduzida por Matt Walker, Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, e Jorge Peñarrubia, da Universidade de Cambridge, analisou a distribuição da matéria escura em duas galáxias-anãs próximas da Via Láctea e mostrou que ela não se comporta como o esperado. Pelo atual modelo padrão da cosmologia, a matéria escura seria formada por partículas exóticas “frias” (isto é, de movimento muito lento) que só traem sua presença por seus efeitos gravitacionais. Com o tempo, ela deveria se acumular no centro das galáxias, mas as observações dos dois cientistas indicaram que ela está distribuída uniformemente nas duas galáxias-anãs estudadas. Como acredita-se que as galáxias-anãs seriam formadas por 99% de matéria escura e apenas 1% de matéria comum, elas são consideradas importantes laboratórios para este tipo de estudo.

- Depois que completamos este estudo, sabemos menos sobre a matéria escura do que antes – reconhece Walker. - Nossas medições contradizem a previsão básica sobre a estrutura da matéria escura “fria” em galáxias-anãs. A não ser que ou até que os teóricos modifiquem essa previsão, a matéria escura “fria” não tem um comportamento consistente com nossos dados observacionais.

Alguns teóricos sugerem que a interação entre as matérias escura e normal pode fazer com que a matéria escura se espalhe pelas galáxias, mas as atuais simulações não mostram que isso aconteceria em galáxias-anãs. As observações da dupla sugerem que ou a matéria normal e a escura interagem mais que se imagina, ou a matéria escura não é “fria”. Os dois pesquisadores esperam obter mais pistas com o estudo de outras galáxias-anãs, em especial as que parecem conter proporções maiores de matéria escura.



 

Lançamento de satélites do sistema Galileu é adiado para esta sexta-feira

Exame.com
Tecnologia


O adiamento foi decidido depois da detecção de um problema durante o abastecimento de combustível do foguete Soyuz



Preparação para decolagem de Soyuz: o lançamento tinha como missão colocar em órbita os dois primeiros satélites dos 30 que completarão a constelação Galileu, o sistema de navegação europeu que deve concorrer com o americano GPS a partir de 2014

Kourou - O lançamento de um foguete Soyuz com os dois primeiros satélites do sistema de navegação Galileu foi adiado desta quinta-feira para as 8h30 (de Brasília) de sexta, informou a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

'O problema não ocorreu no Soyuz, mas nos sistemas em Terra', explicou à imprensa em Kourou, na Guiana Francesa, o presidente de Arianespace, Jean-Yves Le Gall.

O adiamento foi decidido depois da detecção de uma anomalia durante o abastecimento de combustível do foguete Soyuz, segundo a ESA.

O sistema automático em Terra que controla os conectores emitiu um alerta ao registrar uma 'redução da pressão' inesperada, revelou Gall, quem explicou que os responsáveis do lançamento decidiram 'esvaziar os tanques e substituir a válvula' com defeito.

É preciso ver se é possível substituir essa válvula e se nossas equipes, que passaram a última noite em claro, têm condições de se organizar para uma segunda noite insone', detalhou Gall, visivelmente contrariado com a situação.

O cancelamento foi decidido de última hora pelos responsáveis da Soyuz, depois de uma reunião técnica prévia organizada nesta mesma madrugada na base de lançamentos de Kourou.

'Decidimos às 2h30 no horário local (5h30 de Brasília) encher os foguetes Soyuz. Ao fim da terceira fase detectamos falhas em dois conectores que permitem essa operação', explicou Gall.

Arianespace insistiu em que tanto o foguete quanto os dois satélites Galileu ficaram 'em condições de máxima segurança'.

'Sentimos um pouco de decepção, mas estamos envolvidos em uma tarefa difícil e isto é um bom exemplo', comentou Gall.

O diretor-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, minimizou o drama pelo cancelamento e o considerou normal neste tipo de operações.

'Infelizmente, a experiência me mostrou que situações como estas acontecem', afirmou à Agência Efe Dordain, quem acrescentou que 'não é nada dramático, tudo está sob controle'.

O lançamento do foguete, o primeiro de um Soyuz a partir do Centro Espacial Europeu de Kourou, tinha como missão colocar em órbita os dois primeiros satélites dos 30 que completarão a constelação Galileu, o sistema de navegação europeu que deve concorrer com o americano GPS a partir de 2014.

O sistema Galileu é provavelmente o programa mais ambicioso da história aeroespacial europeia e se presume que é o único de sua espécie sob controle civil.

A Comissão Europeia investiu até agora 5 bilhões de euros no projeto e prevê dedicar mais 1 bilhão de euros mais ao ano entre 2014 e 2020.

Os sócios europeus defendem as vantagens do Galileu não só em matéria de gestão de transporte (aumento da segurança, agilização das operações, redução dos congestionamentos e a deterioração do meio ambiente), mas também em serviços para agricultura, pesca, saúde e na luta contra a imigração ilegal. EFE