30 de abr. de 2013

Satélite acha dois planetas em região habitável

Um deles é o mais similar à Terra, em diâmetro, já detectado até agora 

Astros, que podem ter água em sua superfície, estão em um sistema com cinco planetas a 1.200 anos-luz daqui


SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem pensa que o Sistema Solar é interessante por ter um planeta habitável vai pirar com o que há ao redor da estrela Kepler-62.

Lá, nada menos que dois mundos -possivelmente rochosos- ocupam órbitas na região mais favorável ao surgimento da vida.

Um deles é o mais similar ao nosso planeta, em termos de tamanho, já achado em uma zona habitável. Chamado de Kepler-62f, o astro é 40% maior do que a Terra.

Essa é a conclusão de um estudo produzido pela equipe do satélite Kepler, caçador de planetas da Nasa, publicado na revista "Science".

Os pesquisadores, liderados por William Borucki, identificaram cinco planetas girando ao redor da estrela, uma anã laranja com 63% do diâmetro do Sol.

Todos são relativamente nanicos -quatro entram na categoria das "superterras" (com diâmetro até duas vezes o terrestre) e um é do tamanho de Marte.

Os três mais internos são quentes demais para abrigar vida. Já os dois mais externos, Kepler-62e e Kepler-62f, têm suas órbitas na chamada zona habitável do sistema -região em que, numa atmosfera similar à da Terra, um planeta pode abrigar água líquida em sua superfície.

Embora a composição desses mundos ainda seja desconhecida, os pesquisadores citam outros planetas com diâmetro similar que tiveram sua densidade medida para argumentar que Kepler-62e e Kepler-62f provavelmente sejam rochosos como a Terra.

Além disso, esses dois mundos não têm um problema encontrado em outros planetas detectados em zonas habitáveis: o "travamento gravitacional".

Esse fenômeno acontece quando a mesma face do planeta fica o tempo todo voltada para a estrela.

Observado no sistema Terra-Lua, no qual o satélite exibe sempre a mesma face para o planeta, casos como esse se apresentam naqueles mundos que orbitam muito próximos do astro principal. Mas não é o caso aqui.

Em suma, esses dois mundos sobem direto para o topo da lista de potenciais planetas com vida, embora, a rigor, nada se possa dizer a esse respeito, exceto que, ao menos em teoria, eles podem abrigar água líquida na superfície.

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