13 de jun. de 2013

Astrônomos brasileiros encontram estrela semelhante ao Sol




Estrela gêmea do Sol
Uma equipe internacional, liderada por cientistas brasileiros, anunciou a descoberta de uma estrela com as mesmas características do Sol.

A CoRoT Sol 1, como foi batizada, é atualmente a estrela gêmea mais distante na nossa Galáxia.

Esta gêmea solar, como denominam os astrônomos, tem aproximadamente a mesma massa e composição química do Sol, com uma idade aproximada de 6,7 bilhões de anos.

Embora seja chamada de "gêmea", essa idade a torna mais de 2 bilhões de anos mais velha do que o Sol, que tem uma idade estimada em 4,5 bilhões de anos.

"Até o momento, estrelas com características similares à do Sol foram encontradas somente na vizinhança solar", conta o professor José Dias do Nascimento Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e líder da equipe de astrônomos.

O professor Jorge Meléndez, da USP, também integra a equipe. Sua participação foi essencial na determinação das abundâncias químicas de alguns elementos da estrela CoRoT Sol 1.

Parte da equipe envolvida na descoberta integra a equipe do observatório espacial CoRoT, um projeto internacional que integra pesquisadores da França, Áustria, Bélgica, Brasil, Alemanha e Espanha. O satélite fornece dados espaciais que possibilitam determinar os períodos de rotação das estrelas.

As observações de caracterização da estrela CoRoT Sol 1 foram feitas no telescópio Subaru, pertencente ao Observatório Astronômico Nacional do Japão, localizado em Mauna Kea, no Havaí (EUA).

Futuro do Sol


Astrônomos já haviam localizado cinco estrelas na vizinhança solar, entre elas a HIP 56948, encontrada pelo professor Jorge Meléndez. Mas nenhuma delas com as características da recém-descoberta.

A CoRoT Sol 1 tem todas as características de uma gêmea solar, sendo a única que é ligeiramente mais velha que o Sol. Segundo o professor Nascimento, a gêmea já tinha sido observada desde 2007 pelo satélite CoRoT e estava entre as cerca de 230 mil estrelas observadas entre 2007 e 2012.

Com base nos dados do CoRoT, os astrônomos sabiam que o seu período de rotação é um pouco maior do que o Sol, em torno de 29 dias, o que era esperado pela sua maior idade. A informação foi confirmada com os dados do telescópio Subaru.

Além disso, os cientistas descobriram, após análise detalhada, que a gêmea solar é de fato uma estrela com uma massa e composição química semelhante ao Sol. E por ser mais velha, é um precioso material para se estudar o futuro do Sol.

"Embora a composição química global da CoRoT Sol 1 seja semelhante ao Sol, o seu padrão de abundância detalhada mostra algumas diferenças, como é também apresentada pela maior parte das gêmeas solares próximas que são relativamente mais brilhantes", comenta o professor Nascimento. "A comparação da composição química da gêmea é indispensável para sua caracterização".

A estrela CoRoT Sol 1 está localizada na constelação do Unicórnio. Ao contrário de outras gêmeas solares, esta estrela é 200 vezes mais fraca do que a gêmea solar mais brilhante conhecida, a 18 Sco. Somente graças à grande área de coleta do telescópio Subaru, foi possível estudar em detalhe o espectro dessas estrelas fracas.

Além dos professores José Dias do Nascimento Júnior e Jorge Meléndez, participaram das pesquisas o doutor Jefferson da Costa e o professor Matthieu Castro (UFRN); o professor Gustavo F. Porto de Mello, do Observatório do Valongo da UFRJ; e o professor Yoichi Takeda, do Observatório Astronômico Nacional do Japão.


Bibliografia:

The future of the Sun: an evolved solar twin revealed by CoRoT
J.-D. do Nascimento Jr., Y. Takeda, J. Melendez, J.S. da Costa, G.F. Porto de Mello, M. Castro
arXiv
http://arxiv.org/abs/1305.3652

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